Público alvo: Professores da EE Maria Ivone Martins Rosa
Local: EE Maria Ivone - Bloco I /A, sala 1.
Horário: Terça-feira 20/06 das 9:50h às 12:20h.
Formador: Prof. Coordenador Martins Ramos.
Caros professores, ao longo dos anos frente à coordenação pedagógica
da escola, percebo a busca constante por melhorarias na didática, nos métodos
de ensino, quer seja nas formações, nas observações, nas trocas de experiências
exitosas ou não. Esta busca nos faz maiores a cada dia, pois sabemos que a
educação não é estática ela é viva e mutante. O termo parece ser pesado e até
inadequado, porém se a educação não for vista desta forma ela não terá
significado, pois a cada ano percebemos que os alunos se apresentam com novas exigências
costumes, culturas, etc. Não raro se houve: “no meu tempo não era assim”. Ou
mudemos ou seremos surpreendidos com novas “criaturas” em sala de aula. Confesso
que já me senti assim: fora do contexto. Hoje, porém, vejo o novo como um
desafio e não como um monstro mutante.
Preparei alguns textos – nada de novidade- Afinal, o objetivo
do encontro é revisitar alguns aspectos relativos aos papeis do professor.
São quatro textos, dos quais dois são em vídeos curtíssimos,
os escritos também curtos.
Boa leitura e bom debate.
Prof. Coordenador Martins Ramos.
TEXTO 1:
TEXTO 2:
TEXTO 3:
AS 15 coisas que todo professor precisa saber.
1 –
TORNE O CONHECIMENTO VÁLIDO
Por mais que você ache que o conteúdo que você dá é essencial para a
formação do aluno, nem sempre ele irá achar a mesma coisa. Portanto, faça com
que ele veja a importância desse conteúdo no dia-a-dia dele. Nem sempre você
conseguirá fazer isso, mas não ensine apenas para passar o conteúdo.
2 –
CONHEÇA OS SEUS ALUNOS
O seu método de ensino nem sempre funcionará para todos
os seus alunos. É importante que você tente conhecê-los e entenda como cada um
deles absorve o conhecimento. Não são todas as pessoas que conseguem digerir o
que aprendem escrevendo – alguns precisam somente escutar. Não imponha nenhum
tipo de método, pois, assim, eles se sentirão livres para assistir a aula da
forma que acreditar ser melhor.
3 –
TRAGA EXEMPLOS REAIS
Se você deseja que os seus alunos entendam de maneira fácil o conteúdo
lecionado é importante que você dê exemplos reais para eles. Se você ensina
química, por exemplo, leve-os para o laboratório para que eles vejam na prática
o que você está dizendo. O contato próximo com a realidade é uma ótima forma de
ensinar e digerir qualquer conteúdo.
4 –
NÃO AJA COMO UM DITADOR
É importante que seus alunos sintam que estão em um local confortável
para dizer o que pensam e, ao mesmo tempo, respeitem você. Agir com “mão de
ferro” não será benéfico para você, nem para eles. Portanto, construa uma
imagem respeitosa, mas não seja opressor.
5 –
APRENDER COM OS ERROS
Ensine e incentive os seus alunos a aprenderem com os erros. Se um deles tirou uma nota
baixe, dê abertura para que ele tire as dúvidas e saiba onde está errando.
Querendo ou não, errar é uma das formas mais eficazes de aprender.
6 –
ENTENDA AS LIMITAÇÕES
Nem todos os seus estudantes serão extrovertidos e terão facilidade para
interagir com os outros alunos. Nem sempre trabalho em grupo funcionará para
todas as pessoas. Por isso, saiba quais são os seus alunos introvertidos e
forneça uma atenção maior a eles.
7 –
COMPARTILHE O SEU PLANO DE AULAS
Todos os professores, no início das aulas, devem fazer um plano de aulas
até o fim do ano letivo. Por mais que não seja sua obrigação compartilhar isso
com os alunos, deixá-los a par dos assuntos que serão abordados ao longo dos meses
é importante. Assim, eles saberão quais são os seus
objetivos e trabalharão juntamente com você.
8 –
ABORDE DIFERENTES PONTOS DE VISTA
Por mais que você acredite em certo ponto de vista, é importante que
você passe outras maneiras de abordar um assunto para os seus alunos.
Principalmente para professores na área de humanas, falar sobre as diversas
maneiras de analisar uma situação é a chave para desenvolver jovens com
pensamento crítico.
9 –
FORNEÇA MATERIAL RELEVANTES
Mesmo que você conheça dezenas de livros interessantes para os seus
alunos, é essencial que você filtre o que realmente é importante para eles.
Não peça muitos materiais diferentes para estudar porque essa é a forma mais
eficaz de fazer com que eles percam o interesse em sua aula.
10 –
UTILIZE RECURSOS TECNOLÓGICOS
Aproveite os benefícios que a tecnologia pode trazer para as suas aulas
e utilize-os para melhorar o ensino. Recursos visuais como vídeos e imagens
podem enriquecer o conteúdo lecionado, além de ajudar os alunos que possuem
memória visual. Veja, também, sites que oferecem lições e exercícios gratuitos
e compartilhe com os estudantes.
11 –
DESPERTE A CURIOSIDADE
Faça com que os seus alunos sintam curiosidade sobre o assunto que você
está ensinando. Faça perguntas e traga informações curiosas para que, assim,
eles tenham vontade de aprender mais e até conhecer o assunto mais a fundo.
12 –
DÊ FEEDBACKS CONSTRUTIVOS
Se o seu aluno está sentindo dificuldade para compreender um assunto, dê
um feedback construtivo. Diga exatamente em que aspectos ele precisa melhorar e
invista em um bom relacionamento entre professor
e estudante.
13 –
COMPARTILHE DICAS E MACETES
Por mais que nem sempre os macetes farão com que eles aprendam o
conteúdo, é por meio dessas dicas que eles poderão obter resultados melhores.
Não deixe de passar a lição completa, porém, se existe um caminho mais fácil,
compartilhe com os seus alunos.
14 –
CRIE HÁBITOS
Desenvolver hábitos duradouros para os seus alunos é o segredo para que
eles tenham bons resultados em provas e trabalhos. Quer que eles sejam mais
rápidos na hora de realizar testes? Dê exercícios em sala de aula e faça um controle
do tempo. Fazer esse tipo de atividade várias vezes, durante alguns meses, irá
incorporar o hábito de serem mais velozes em seu cotidiano.
15 –
DÊ ESPAÇO
Criar um espaço
para que os estudantes se sintam a vontade pode ajudá-los a
ter um melhor desempenho em provas e consigam absorver mais facilmente o
conhecimento. Portanto, caso possível, dê algumas aulas fora da sala e não
tenha medo de reorganizar as carteiras. Quanto mais espaço livre, melhor.
Acessado em 16/062017
http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2014/02/11/1081391/as-15-coisas-todo-professor-deve-saber.html.
TEXTO 4:
Como a LDB trata os profissionais de ensino
Vicente Martins
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) dá
diferentes títulos aos profissionais de educação escolar: professores, docentes
e profissionais de ensino. O que pode estar por trás dessa nomenclatura do
ponto de vista do legislador e dos que atuam no campo educacional? Que
incumbências são outorgadas aos docentes dos estabelecimentos de ensino?
No meio social, professor é todo que ensina uma ciência, uma
arte, uma técnica, uma disciplina. É um termo bastante abrangente e equivalente
a mestre, este, mais utilizado no período imperial, por força da Constituição
de 1824 e da Lei de 15 de outubro de 1827 que chamavam mestres todos aqueles
que exerciam uma “cátedra”.
À luz da legislação federal, todos aqueles profissionais de
educação escolar, em particular, os das redes oficiais de ensino, que
ingressam, no serviço público, através de concurso público de provas e títulos,
são, portanto, detentores de cargos públicos, e, por isso, têm incumbências
enumeradas ou responsabilidades explicitadas pelo Estado.
No inciso VII, do artigo 3º da LDB, no âmbito dos Princípios
e Fins da Educação Nacional, o concurso público, princípio de ensino, é uma
forma de valorização do profissional dos que trabalham no magistério oficial.
No referido inciso, ainda podemos cogitar a possibilidade de entendermos o
espírito da lei de dar um sentido mais genérico à figura do profissional da
educação escolar, o que englobaria, no nosso entendimento, não apenas aqueles
que estão atuando em sala de aula, ministrando aulas, mas que fazem parte da
escola, como servidores que trabalham como porteiros, secretários escolares,
coordenadores pedagógicos ou diretores da escola.
A LDB, assim, ao referir-se aqueles que profissionais que têm
cargos efetivos de professores os chamam de docentes. A escola, por sua vez,
zelando pela valorização profissional de educação escolar, tem a incumbência
inalienável de envolver os docentes no seu processo de construção ou gestão
escolar.
No inciso IV, do artigo 12 da LDB, os estabelecimentos de
ensino receberam a incumbência de velar pelo cumprimento do plano de trabalho
de cada docente. Assim, na organização nacional da educação nacional, os
docentes são importantes agentes no projeto pedagógico da escola, o que exige
da parte da gestão escolar, o zelo pelo seu plano de trabalho docente, o PTD,
que deve ser, por sua vez, afinado (não necessariamente atrelado a) com a
proposta pedagógica da escola.
O artigo 13 da LDB é reservado exclusivamente aos docentes.
Pelo menos, são seis as incumbências dos docentes, isto é, dos profissionais de
ensino que têm cargos ou funções específicas ou especializadas na escola.
A primeira incumbência magisterial, prevista no inciso I da
artigo 13 da LDB, determina que cada docente deva participar da elaboração da
proposta pedagógica do estabelecimento de ensino. A participação ativa do
docente se faz necessária à elaboração da proposta pedagógica uma vez que a
escola, efetivamente, só se realiza, enquanto estabelecimento de ensino, com a
presença física dos docentes, ou seja, de profissionais da educação escolar
que, habilitados, em nível de educação superior, na área de sua atuação
profissional, são, regularmente, contratados ou admitidos na atividade de
magistério, respaldando, pois, legalmente, a instituição escolar.
A segunda incumbência magisterial, prevista no inciso II da
artigo 13 da LDB, determina que cada docente deva elaborar e cumprir plano de
trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino. O plano
de trabalho docente é, ao certo, uma das atividades mais acadêmicas, produtivas
e interessantes dos profissionais de ensino. A partir do plano de trabalho, o
docente pode assinalar, no período letivo, suas metas curriculares e
educacionais. Por exemplo, é a oportunidade de o docente propor e perseguir metas
como o fim da evasão escolar e melhorar a qualidade do seu serviço educacional
através de uma didática eficiente e eficaz, que tenha por principal finalidade
o desenvolvimento da capacidade de aprender e de aprendizagem dos alunos.
A terceira incumbência magisterial, prevista no inciso III da
artigo 13 da LDB, prescreve que cabe ao docente zelar pela aprendizagem dos
alunos. Aqui, decerto, reforça, no processo ensino-aprendizagem, a aprendizagem
como princípio do bom fazer pedagógico. O componente ensino, centrado no
professor, refere-se à organização do material curricular a ser transmitido em
sala de aula em prol da aprendizagem que, aqui, passa a ser entendida como a
assimilação ou estocagem de conhecimentos e saberes historicamente acumulados
pela sociedade.
A quarta incumbência magisterial, prevista no inciso IV da
artigo 13 da LDB, diz que cada docente deve estabelecer estratégias de
recuperação para os alunos de menor rendimento. Mais uma vez, o aluno, nesse
inciso, é o foco da atenção do processo ensino-aprendizagem.
O papel do docente é o de levar o aluno ao desenvolvimento
das habilidades e competências requeridas pelo projeto pedagógico ou plano de
desenvolvimento da escola.
Se os alunos deixam de aprender, nas condições de oferta de
ensino, caberá ao docente assegurar as estratégias de recuperação, para que os
alunos com dificuldades de aprendizagem superem seu menor rendimento, isto é,
alterem as baixas notas que os reprovam ou que os levam ao fracasso escolar,
convertendo-as em notas boas, dentro da média, que os aprovam e os promovam ao
ano seguinte, segundo as regras estabelecidas pelo processo de avaliação.
A quinta incumbência magisterial, prevista no inciso V da
artigo 13 da LDB, traz a seguinte responsabilidade para os que atuam no magistério:
cada docente deve ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de
participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e
ao desenvolvimento profissional. Um dia é considerado eletivo quando, no
ambiente escolar, há a presença do aluno e do professor, o que quer dizer a
garantia da presença física do professor e a permanência do aluno na escola. A
noção de hora-aula sugere, por seu turno, dentro da tradição pedagógica, a aula
presencial do professor; claro, utilizando-se, para isso, de todos os recursos
dos jogos didáticos, da moderna tecnologia da informática educacional e a
internet.
A sexta incumbência magisterial, prevista no inciso VI da
artigo 13 da LDB, define a responsabilidade que cada docente tem de colaborar
com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.
Na essência do inciso VI do artigo supra citado, a lei parece
indicar o grau de descentralização da escola, propondo, explicitamente, que os
docentes devam se articular com as famílias e com as comunidades. Os desafios
do professor passam a ser desafios também dos pais e da comunidade. Se o aluno
deixa de aprender, a família, em tempo hábil, deve ser comunicada da situação
do aluno, não apenas em se tratando das informações de avaliação escolar, mas
de sua motivação, curiosidade e interesse de aprender, para que, em regime de
co-responsabilidade educacional, participe do esforço docente de recuperar o
aluno e não permitir sua retenção no processo educacional.
As comunidades, especialmente as religiosas, sociais e todas
as outras formas de organização societária, que agregam e congregam as pessoas
da vizinhança, devem ser convidadas a participar das agendas escolares,
especialmente quando questões como a violência urbana, desemprego e
desmotivação para aprender passam a ser ordem do dia dos agentes educacionais e
a ter reflexos preocupantes para o futuro das crianças, jovens e adultos,
dentro ou fora da escola.
Sobre o autor:
Vicente Martins, palestrante, é professor da Universidade
Estadual Vale do Acaraú (UVA), em Sobral, Estado do Ceará, dedica-se
entusiasticamente às dificuldades de aprendizagem relacionadas com a leitura
(dislexia), escrita (disgrafia) e ortografia (disortografia).
Acessado em 16/062017 http://docente-segundo-a-ldb.blogspot.com.br/2010/02/como-ldb-trata-os-profissionais-de.html