Temas/Assuntos:
Formação: Educação interdimensional.
Gestão de currículo: Adaptação curricular.
Gestão de sala de Aula: Contrato pedagógico, normas de convivência, eleição de representantes/lideres de
sala.
Reunião de Pais: Elaborar pauta.
Caro Professor, no planejamento entre outros fatos tratou da
gestão de sala de aula. Na oportunidade a Professora Mayra (ciências) destacou
a importância de uma docente em sua carreira profissional e, sobretudo na vida pessoal. No relato
emocionante da professora Mayra, ficou claro que a sua Professora preferida
deixou marcas positivas. Então, discorri brevemente sobre a Educação
Interdimensional. Ousei em dizer que a professora dela certamente exerceu com
propriedade a educação interdimensional alicerçada pelos 4 pilares da
educação. Diante do interesse pelo tema,
por grande parte dos professores julguei pertinente postar no Blog, alguns
textos que tratam do assunto. Assim, teremos em nossa escola, professores que
marcarão positivamente seus alunos. A
propósito, Paulo freire afirmou que todo professor é marcante, inclusive os
ruins.
Textos de
apoio:
1- Por uma educação Interdimensional.
CLIQUE aqui por uma Educação Interdimensional
COSTA, Antonio Carlos Gomes. Educação - Uma perspectiva para o século XXI. Editora Canção Nova: São Paulo, 2008.
2- Celso
Antunes | Os quatro pilares da educação
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Texto 3: Passo a passo da adaptação na sala de aula.
Para flexibilizar o
conteúdo, você precisa sondar o que o aluno já sabe, adaptar o que for
necessário e fazer uma boa avaliação. Abaixo, veja a descrição de cada uma
dessas etapas
1º Diagnosticar
Lembre-se
de que, para construir novos conhecimentos, o estudante precisa contar com um
ponto de partida, isto é, com algum conhecimento já construído por ele e que
esteja relacionado ao conteúdo estudado no momento. Por meio de uma sondagem
(um diagnóstico inicial ) descubra o que ele já sabe e verifique como pode
contribuir com o coletivo. Tire o foco do diagnóstico médico e proponha
situações desafiadoras para descobrir até onde o aluno pode chegar. Os laudos
médicos são importantes para que conheçamos algumas características que
costumam estar presentes em alunos com alguns tipos de deficiência, mas não
contribuem para planejar o dia a dia em sala de aula.
É muito
comum, sobretudo nos casos de alunos que apresentam algum tipo de deficiência
intelectual, que a preocupação seja sobre o que “está faltando”, sobre aquilo
que ele não sabe, mas isso raramente ajuda. Em vez de olhar para as
dificuldades, foque nas possibilidades de aprendizagem. Você pode propor uma
atividade diagnóstica específica e, no dia a dia, manter o olhar atento sobre o
que o aluno conhece, qual a sua participação em projetos e trabalhos em grupo e
em todas as atividades cotidianas.
A
educadora Maria da Paz Castro, da Escola da Vila, em São Paulo, complementa com
um exemplo. Ela cita o caso de um aluno que, ao contrário dos colegas, ainda
não aprendeu a escrever. Se isso acontece o professor deve investigar o que a
criança já sabe em relação à escrita e, a partir daí, traçar uma meta de
aprendizagem. “Saber que ele precisa ser alfabetizado é muito pouco, muito
amplo, e não nos aponta um caminho. Por outro lado, verificar que, embora não
escreva da forma convencional, faz tentativas de escrita utilizando as letras
que compõem seu nome, já nos aponta uma meta possível de ser alcançada neste
primeiro momento”, explica. Nesta situação imaginada pela especialista é
preciso estimular o estudante a ampliar seu repertório de letras. Isso pode ser
feito, por meio da apresentação dos nomes dos colegas, para que perceba a
existência de outras letras e reflita sobre a melhor forma de utilizá-las.
Outra
hipótese, agora na disciplina de Matemática. É possível que haja um estudante
que não se mostra capaz de fazer um cálculo simples, mas consegue considerar,
por exemplo, que a cada dez números contados a sequência de unidades se repete
(21, 22, 23, 24... 31, 32, 33, 34). Para este exemplo, o educador poderia
estabelecer algumas metas, como propor uma contagem mais longa e a construção
de outros conhecimentos sobre a organização do sistema de numeração, de
fundamental importância para que o aluno consiga resolver problemas matemáticos
no futuro.
2º Adaptar (ou flexibilizar)
Lembre
sempre que as atividades são planejadas com base no contexto da sala de aula.
Em algumas situações de adaptação curricular, é necessário transformar apenas
os objetivos das sequências didáticas. Em outros casos, você deverá
flexibilizar os meios para realizar certas atividades, lançando mão de mais
recursos sonoros, visuais ou táteis, por exemplo.
Vejamos:
no caso de um projeto que propõe a produção de um livro de animais para
crianças do 3º ano, que, na maioria das vezes já sabem escrever, temos, para a
classe, objetivos que visam a sistematização da escrita, a construção de
procedimentos do escritor relativos ao texto informativo, a escrita das
palavras já fazendo uso de muitas regras de ortografia, entre outros. Para
aqueles alunos que ainda estão em fase de construção da compreensão das regras
do sistema alfabético, podemos ter como meta os avanços que estes alunos podem
ter escrevendo os nomes dos animais, observando e analisando o material de
pesquisa onde se encontram palavras familiares, arriscando-se a escrever
pequenas legendas (ainda que não consigam fazê-lo da forma convencional) etc.
No caso dos alunos que apresentam deficiência visual, física ou auditiva, nossa
função é fornecer-lhes o acesso ao material, lançando mão dos recursos
conhecidos, tais como, aparelhos, lupas, o sistema braile e até das “nossas
mãos”, se for preciso.
O
currículo deve ser adaptado ou personalizado se o professor, junto à equipe
pedagógica da escola, reconhecer a necessidade de o aluno contar com
intervenções que se diferenciam de forma significativa das aplicadas ao resto
da classe. Todos os alunos precisam aprender e construir procedimentos e
posturas condizentes com a condição de estudantes. Portanto, nada de deixar seu
aluno com deficiência como “café com leite” da turma.
Para
exemplificar, listamos algumas orientações gerais de flexibilização para casos
de deficiência intelectual, física, visual e auditiva. Veja:
Deficiência
Intelectual: cada um destes alunos é único. Por isso, é preciso
conhecer os pontos fracos e fortes dessa criança para fazê-la avançar pelos
meios mais adequados. É comum que estes estudantes tenham dificuldades com
conteúdos abstratos.
Contextualizar
as atividades e os conteúdos com situações do cotidiano podem ajudá-la a
aprender. Outra sugestão é flexibilizar o tempo de realização da atividade
conforme o ritmo da criança e repetindo as etapas sempre que for
preciso. Isso não quer dizer que daremos a eles “todo o tempo do mundo”,
pois, assim como os demais, esses alunos precisam ser desafiados a fazer as
atividades em um tempo cada vez mais curto.
Deficiência
Física: se o seu aluno possui deficiência física nos membros
superiores, ofereça a ele pranchetas com apoios para que tenha firmeza ao
escrever. Os lápis e canetas também devem estar envoltos em espuma, para que
não escorreguem. Se houver limitação nos membros inferiores, este não é um
motivo para excluir o aluno das aulas de Educação Física. Eles podem participar
jogando com as mãos e você pode adaptar algumas modalidades para que todos
joguem nas mesmas condições.
Deficiência Visual: em
parceria com o AEE, ofereça registros escritos em braile ao aluno cego. Deixe
que ele grave as aulas e, se tiver uma máquina braile, respeite o tempo de
escrita desta criança (que pode ser maior que o dos colegas). Providencie,
ainda, estímulos táteis, auditivos e olfativos, para que a criança consiga
perceber texturas, formas e aromas.
Deficiência Auditiva: ter
um intérprete de Libras na escola é um direito. Mas, se a sua escola ainda não
contar com a ajuda deste profissional, não desista. Abuse dos estímulos visuais
e táteis, ofereça bons registros escritos e em imagens e ajude o seu aluno no
dia a dia. Proponha que ele sente nas carteiras da frente e procure falar
olhando para o aluno, caso ele seja capaz de fazer a leitura orofacial.
3º Avaliar
Determine
metas, intervenções e objetivos de aprendizagem específicos para os alunos que
apresentam algum tipo de deficiência. Consequentemente, a avaliação
desses estudantes vai refletir as adaptações que você fez para ensinar, já que
a avaliação é sempre pautada no que já foi dado em sala de aula.
É
fundamental considerar que, se a classe inteira está fazendo uma prova, esse
aluno também deverá ser submetido à situação de avaliação que, obviamente,
deverá ser construída a partir do que foi trabalhado com ele. Conte com vários
instrumentos de avaliação e selecione aqueles que proporcionem maior número e
qualidade de informações acerca do desempenho. É sempre bom lembrar que os
alunos com deficiência precisam passar pelos momentos avaliação ao mesmo tempo
que os colegas. Podemos dizer que este é um princípio importantíssimo para seu
processo de inclusão efetivo.
Ainda que
a classe esteja trabalhando na área de Matemática com as frações, por exemplo,
e ele com os cálculos simples, o aluno deve ser submetido à prova que aborda
estes cálculos, deve ser orientado para estudar, e sua prova deve ser montada
como as outras. Detalhes como cabeçalho idêntico ao da prova regular, sistema
de avaliação (notas ou conceitos) e correção/devolução no mesmo dia e na mesma
hora do grupo, são importantíssimos.
A
observação do aluno em momentos de aprendizagem ou de atuação coletiva é mais
um instrumento bastante valioso e oferece a possibilidade de avaliar outros
tópicos, que não os avaliados em uma prova, ou outra situação formal de
aprendizagem. Assim, todos os instrumentos são importantes, mas nenhum deles
substitui outro.
Não se
esqueça de fazer bons registros de todas as atividades realizadas com a turma e
de guardar as produções dos alunos. Isso vai ajudá-lo a traçar um panorama de
aprendizagem e focar, no planejamento, os pontos em que o aluno ainda precisa
avançar. Você também deve criar relatórios periódicos com as análises
quantitativa e qualitativa do desempenho dos alunos e utilizar esses dados no
momento de replanejar as aulas ou de repensar algumas atividades.